sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Teixobactin: O combate a bactérias resistentes



Cientistas americanos desenvolveram um antibiótico que parece ser eficaz no combate de uma série de doenças provocadas por bactérias, inclusive por aquelas que desenvolveram resistência aos medicamentos disponíveis atualmente, conhecidas por superbactérias. Segundo os pesquisadores, não é possível determinar se as bactérias também se tornarão resistentes a esse antibiótico no futuro. No entanto, caso isso ocorra, é provável que leve décadas até que os primeiros casos apareçam. A teixobactina, que foi extraída de bactérias do solo, é capaz de destruir super bactérias, como a SARM, além de dificultar a mutação dos patógenos em cepas resistentes.





O estudo, publicado na revista científica Nature, foi feito por pesquisadores da Northeastern University, de Boston, nos Estados Unidos.

Muitos dos antibióticos usados atualmente foram descobertos há décadas e, desde então, vários micróbios evoluíram para cepas resistentes que conseguem sobreviver à maioria desses antibióticos.

Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em 2012, surgiram 450.000 novos casos de tuberculose multirresistente (TBMR) em todo o mundo. E a tuberculose extensivamente resistente (TB-XDR) já foi identificada em 92 países, inclusive Brasil.

As bactérias que causam infecções comuns, como infecções urinárias, pneumonia e septicemia, também estão se tornando cada vez mais resistentes e difíceis de tratar. Por exemplo, uma porcentagem alta de infecções hospitalares é causada por uma bactéria super-resistente, a SARM (Staphylococcus aureus resistente à meticilina).

Este cenário alarmante levou a OMS a alertar que, em um futuro próximo, as pessoas poderiam morrer de infecções comuns e de pequenas lesões.

A maioria dos antibióticos que usamos vem do solo


A maioria dos antibióticos usados atualmente na medicina humana e veterinária vem de micróbios do solo – por milhões de anos eles vêm produzindo substâncias tóxicas para combater outros micróbios inimigos. A penicilina, por exemplo, o primeiro antibiótico bem sucedido, vem do fungo de soloPenicillium.

Porém, há um grande problema na pesquisa com micróbios de solo: eles são muito difíceis de cultivar em laboratório. Isso significa que cerca de 99% dos micróbios do nosso planeta ainda não foram pesquisados como fonte de novos antibióticos porque simplesmente não crescem em culturas de laboratório. Isso até ontem.

Os pesquisadores da Northeastern University (Universidade do Nordeste) desenvolveram um método de cultivar as bactérias em seu habitat natural. Para isso, eles usam um dispositivo que eles chamam de “câmara de difusão” onde os micróbios do solo desejados para o cultivo são isolados em câmaras individuais prensadas entre duas membranas semipermeáveis. Depois, eles enterram o dispositivo de volta no solo.

Assim, através das membranas semipermeáveis, as bactérias ficam expostas à uma grande variedade de outros micróbios e substâncias do solo, crescendo como se estivessem no solo propriamente dito. Dessa forma, os cientistas conseguiram produzir colônias de bactérias grandes o suficiente para levá-las à pesquisa em laboratório.

De 10.000 colônias surgiram 25 potencias novos antibióticos

A equipe de cientistas cultivou através deste método diferentes espécies de bactérias, gerando aproximadamente 10.000 colônias, que foram testadas para verificar se produziam substâncias que impedissem o crescimento da bactéria Staphylococcus aureus.


Eles encontraram 25 potenciais antibióticos, dentre os quais, a teixobactina se mostrou o mais poderoso.

Em laboratório, a teixobactina, matou uma ampla gama de bactérias patogênicas, inclusive asbactérias super-resistentes SARM e ERV (enterococos resistentes à vancomicina).

Testes adicionais em ratos mostraram resultados promissores contra as bactérias que causam septicemia e infecções cutâneas e pulmonares.

A teixobactina destrói a parede celular bacteriana, a principal defesa dos patógenos ao ataque dos antibióticos. Os pesquisadores acreditam que, mesmo com diversas mutações, a parede celular sempre será o “calcanhar de Aquiles” dos micróbios.

Os pesquisadores descobriram que a exposição repetida à teixobactina não produz quaisquer mutações de resistência na Staphylococcus aureus ou na Mycobacterium tuberculosis, as principais bactérias causadoras da tuberculose.

Fonte: http://www.medclick.com.br/

http://www.medicalnewstoday.com/articles/287745.php

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